top of page
Ana Luiza Santos e Edgar Jacobs

O ensino a distância pode aumentar o acesso ao ensino público superior

Publicamos há pouco tempo um estudo realizado  pelo  grupo de trabalho da Academia Brasileira de Ciências (ABC) que concluiu, entre outras coisas, que faculdades públicas, cursos noturnos e a expansão do ensino a distância em cursos superiores seriam algumas das soluções para aperfeiçoar o ensino superior público e democratizar o acesso à educação de qualidade. As conclusões se tornaram propostas e foram divulgadas no relatório “Um olhar sobre o ensino superior no Brasil”, publicado no dia 07 de novembro desde ano.


Dentre as principais propostas do grupo está a criação de faculdades federais, instituições voltadas exclusivamente para o ensino, pretendendo a formação de profissionais qualificados a um custo menor por aluno, com o intuito de expandir o acesso de estudantes ao ensino superior público.


Lembrando que hoje as universidades federais dedicam-se também à pesquisa e à extensão e a proposta seriam instituições públicas focadas exclusivamente em formar estudantes no ensino superior para facilitar a abertura de vagas que se adéquem às demandas atuais dos alunos, como, por exemplo, maior flexibilidade e acesso ao ensino noturno.


Leia:



O ensino a distância


O relatório mencionado -  Um olhar sobre o ensino superior no Brasil - propõe a ampliação e qualificação da oferta de cursos públicos na modalidade EaD, destinados àqueles estudantes que necessitam de flexibilidade no seu processo de qualificação profissional.

 

A constatação vai ao encontro do material que temos publicado;  e por várias razões. A mais simples delas é a patente incorporação do uso da tecnologia digital às soluções de problemas tradicionais nas instituições de ensino superior.


Com a proliferação da Covid-19, houve uma amplificação e agilização destes usos, notadamente quando, declarada a pandemia, tivemos uma reviravolta na programação educacional e todo o ensino foi compelido a migrar para  atividade não-presenciais.


E mesmo que o ensino remoto praticado na pandemia apenas se assemelhasse ao EAD, por ser uma educação mediada pela tecnologia, a sociedade como um todo passou a vivenciar um novo tipo de abordagem educacional.


E, por óbvio, a educação pública não poderia ficar à margem das inovações.


Outro motivo para apoiar o EAD tanto no setor privado quanto no público é sua capilaridade. A concentração de IES nas regiões mais populosas do país deixa extenso território carente e a capacidade do EAD de alcançar e atender os estudantes aonde quer que eles estejam, bastando o adequado acesso à rede, é de grande valia. O que é preciso é que a oferta do ensino seja de qualidade. 


Lembrando que no ensino superior, diferentemente do que ocorre no ensino básico, embora também existam histórias de sucesso, o estudante já possui um certo grau de autorregulação, que vai sendo aprimorado a cada período no EAD, com o apoio dos professores e da instituição de ensino, favorecendo uma independência no aprender.


Com a utilização das metodologias ativas do EAD, temos um excelente caminho para desenvolvimento da autonomia, que, ao final, é uma das mais importantes capacidades que precisamos desenvolver, além de favorecer a criatividade,  o pensamento crítico e as habilidades socioemocionais. Saber trabalhar o EAD é a chave para o sucesso deste método que beneficia milhões de estudantes ao redor do mundo.

 

Valorização de todo ensino superior


O estudo do grupo de trabalho da ABC também objetiva valorizar o ensino superior e ampliar o acesso a ele pela população  brasileira. Ainda que o governo necessite de algum corte de gastos, a educação deve ser priorizada e é assim que a presidente da Academia Brasileira de Ciências e uma das integrantes do GT, Helena Nader, se manifesta:


“Educação, na nossa visão da Academia, deveria ser uma prioridade do Estado brasileiro. Sem educação não vai haver economia estável e não vai haver justiça social. Sabemos dos cortes, mas o país precisa de mais pessoal qualificado profissionalmente, inclusive frente a essas mudanças que vêm em função da inteligência artificial”.

Atentos a este e aos posicionamentos da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) quando da Consulta Pública do MEC sobre a EaD no Brasil,  também entendemos que, historicamente, há evidências e fatos registrados sobre o avanço da EaD, demonstrando casos de sucesso e insucesso, mas que o valor agregado à sociedade brasileira pela modalidade já é inegável.


Ela já faz parte da realidade educacional brasileira e o que precisa ser feito é rever o processo de avaliação externa, lembrando sempre que a sociedade e as tecnologias avançam “a passos largos e não podem esperar que a burocracia, o corporativismo e a autocracia definam regras de qualidade para a educação a passos lentos e em descompasso frente às expectativas dos novos milhões de alunos e de professores que chegam e chegarão até 2030, ávidos por um novo conceito de universidade, de currículo e de atenção à empregabilidade na parceria universidade e sociedade”. (GT - Consulta Pública do MEC sobre a EaD no Brasil)


Mais a mais, sempre lembramos em nossas publicações que no EAD há diversos métodos e estratégias pedagógicas baseados em pesquisas e em práticas bem sucedidas que possibilitam e asseguram formação sólida. Se existem problemas em relação à qualidade da formação, ela existe tanto no presencial quanto no EAD e o fato ocorre por uma falta de gestão e de acompanhamento sistemático destes cursos.


A demanda social é por uma ação de interesse político profunda, perene, que não ignore a complexidade do sistema educacional e as verdadeiras origens dos problemas da educação no país. 


E seja no setor público ou privado, o estudante deve ter direito de escolha acerca de qual proposta educacional aderir, resguardado pelos parâmetros legais de qualidade e credibilidade que toda IES deverá seguir.


Leia também



Gostou deste texto? Faça parte de nossa lista de e-mail para receber regularmente materiais como este. Fazendo seu cadastro você também pode receber notícias sobre nossos cursos, que oferecem informações atualizadas e metodologias adaptadas aos participantes.

  

Temos cursos regulares já consagrados e modelamos cursos in company sobre temas gerais ou específicos relacionados ao Direito da Educação Superior. Conheça nossas opções e participe de nossos eventos.


1 visualização

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page